segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Bom, o Mau e o Vilão

Depois de quase um mês de silêncio ( affaires laborais e vacacionais ) volto em força às crónicas aqui no blog, casa dos sportinguistas de têmpera pura e dura como anuncia o próprio mote aqui do burgo.

Por forma a poder percorrer todos os temas da actualidade sportinguista sem ser exaustivo e pesado decidi lançar mão do título de a uma das obras primas da 7ª arte realizadas pelo magistral Sergio Leone, cujo leonino apelido não podia vir mais a calhar.

Vamos então por partes, sendo que, tal como no título da própria película, principiaremos pelo que de BOM tem sido feito pelo Sporting e por alguns dos seus actores principais ao longo do último mês.

O BOM

A defesa: Uma casa constrói-se a partir da base, e fazendo uma analogia entre a nossa equipa e uma habitação, sem dúvida que o sector defensivo constituirá sempre as fundações do edifício sobre as quais se erguerá uma construção mais ou menos sólida.
Neste particular, e não obstante a pouca valia objectiva das formações que defrontámos, não deixo de registar com particular agrado o facto de estarmos alguns furos acima do que fizémos o ano passado a nível defensivo.
Gostaria de destacar sobretudo o papel de Polga, que tem sido de todos os resistentes da última temporada - falo dos proscritos e não dos que claramente tinham pelo seu desempenho desportivo de continuar a fazer parte do plantel, como Patrício, João Pereira, André Santos, etc - o único a justificar plenamente a aposta em si feita por Domingos. É verdade que continuam aquelas "charutadas" para a frente como se Polga fosse um primor ao nível do passe, mas nem quando estava no seu melhor Polga era bom neste capítulo, pelo que não espero que agora me surpreenda. Seria o mesmo que ter esperanças que comecasse a marcar golos em catadupa...

O respeito dos adversários: Se havia algo que durante os últimos 3 anos me tinha deixado de rastos sempre que via jogos do Sporting era precisamente a falta de respeito com que os outrora clubes "pequenos" se apresentavam perante o SCP. Não foi raro ao longo das temporadas transactas assisitir ,até mesmo em Alvalade, a jogos onde Leiria, Académica, Portimonense e quejandos se apresentavam pressionantes, a jogarem abertos e a criarem muitas dificuldades ao Sporting ao ponto de arrancarem vitórias e empates antes pouco prováveis. Pela amostra facultada pelas 3 partidas oficiais já realizadas este ano essa reverência voltou, e em má hora diga-se, pois se hoje jogássemos com uma Olhanenese ou um Beira-Mar mais atrevidos se calhar teríamos conseguido levá-los de vencida, pois quando jogamos contra equipas excessivamente encolhidas as mesmas limitações dos anos anteriores voltam a evidenciar-se. Este é então um ponto a melhorar rapidamente pois desconfio que este ano vamos ter muitas partidas como as das 1ª e 2ª jornadas da Liga em que nos vamos ver e desejar para marcar um golinho ( pelo meno o primeiro ). A melhor prova do que digo ? a quase ausência de oportunidades de golo criadas pelos nossos adversários até à data.

As propostas para o sector da arbitragem: A conferência da passada sexta foi pretexto para muita coisa da parte de quem não quer assumir as responsabilidades que lhe assistem ao nível da arbitragem, mas a forma como foi apresentada só deixou cair no ridículo quem por cobardia não teve coragem para arbitrar o jogo de ontem. Ao invés de uma crítica gratuita, foram dadas a conhecer as linhas rectoras daquilo que o SCP entende ser o caminho para a melhoria da qualidade geral das arbitragens em Portugal. Pode-se discordar, pode-se concordar, mas o que não se pode é dizer que a forma como as coisas foram feitas belisca a honra de quem quer que seja que tenha a consciência tranquila quanto à isenção do trabalho que realiza quando mete o apito na boca. Os outros ? Bom, os outros reagem como se viu, e só o facto de terem sido todos nos faz pensar se ainda há esperança para esta ( e nesta ) gente.
O que esta reacção corporativa tem de positivo é que agora estamos num beco sem saída. Há uma luta a travar e o SCP já não pode voltar atrás. Assumir os erros próprios para os nossos fracassos desportivos ( como fez Domingos e Carlos Freitas ontem no final da partida com o Beira-Mar ) só nos dá ainda mais legitimidade para poder falar também dos erros dos outros, pois o problema da arbitragem em Portugal ( ao contrário do que muito idiota que tem acesso a vastas audiências apenas porque escreve num jornal, fala na TV ou é editor de um site desportivo ) é muito mais vasto e vai bem para lá dos erros que prejudicam o SCP, mas como diz sabiamente o povo " o pior cego é o que não quer ver ".

O apoio dos adeptos: vou aproveitar para incluí-lo já no catálogo dos "bons" pois não sei quanto tempo mais vai durar. Desde a partida com o Valência tem sido sempre a descer, mas depois de vários anos a "puxar para o boneco" outra coisa não será de esperar. Deste vez vai ter de ser a equipa a mostrar que é digna de apoio e da confiança dos sportinguistas.


O MAU

Algumas Opções de Domingos: Se houve coisa que exasperou os sportinguistas durante o 1º terço da última Liga foi precisamente a não compreensão dos motivos que levaram Paulo Sérgio a não apostar na Liga e nas competições europeias na mesma táctica que tinha dado tão bons resultados e exibições durante a pré-temporada. Tal facto minou aos primeiros falhanços a, já de si parca, confiança que os adeptos tinham no técnico alentejano e Domingos, apesar de ter outro curriculum, não se pode esquecer que também ele caminha sobre brasas e que, justificadamente ou não, este é o mesmo clube que correu com Peseiro, finalista da UEFA ,e Inácio, campeão ao fim de 18 anos de jejum aos primeiros falhanços.
Domingos não deve enveredar por esse caminho, e as duas partidas que iniciou com 3 médios de pendor mais defensivo, são bem a prova de que estas "invenções" podem ter efeitos bem mais amplos e nefastos do que aqueles que se produzem apenas dentro das 4 linhas durante o jogo.
Domingos deverá considerar então a hipótese de fazer algumas "concessões" para a bancada e apostar em gente nova ao invés de dar oportunidades infinitas a quem se encontra há já largos anos no clube sem provas dadas ( falo de Yannick e Postiga em particular ) e ainda que isso lhe possa parecer uma situação inconcebível no campo dos princípios, será um aposta com maior potencial de sucesso do que tentar comprar uma guerra contra o mundo onde só o sucesso imediato das suas apostas ( que como se sabe não tem funcionado ) poderá calar alguma raiva já mal contida em certos sectores do sportinguismo contra esses mesmos jogadores e consequentemente em desfavor equipa.

A falta de um ponta-de-lança: Mais do que cruxificar Postiga e Yannick pela falta de golos, há que perguntar porque é que no meio de 14 novas caras, e face à permente necessidade de sucesso, se apostou num jogador ainda inexperiente como Ricky Wolfswinkel. O potencial estará lá todo concerteza, mas nesta época em particular, quando o clube precisa de dar mostra inequívocas de que o caminho do sucesso vai começar a ser trilhado no imediato, nada justificava que a nossa contratação mais dispendiosa fosse justamente numa esperança e não num jogador com mais créditos ainda que com potencial para se valorizar no Sporting a fim de podermos gerar mais-valias. 5,5 milhões de euros não seriam suficientes para ir buscar alguns dos mais reputados jogadores da américa do sul, viveiro natural de muitos dos goleadores que singram na Europa ?
Não quero estar a sacrificar desde já o avançado holandês mas o fantasma de Pongolle ainda paira em Alvalade e assombra muito e bom sportinguista que não se esquece que todos os investimentos avultados que o clube fez ao longo dos anos tiveram um retorno desportivo e financeiro nulo ou quase-nulo ( Pongolle e Tello são disso um belo exemplo ).
Faltam ainda alguns dias para o mercado fechar, e não faz sentido esperar que Postiga se torne como que por magia em algo que nunca foi ( um concretizador nato ) nem que Rubio ou Ricky expludam de um momento para o outro, pelo que urge jogar uma última e forte cartada na contratação de um homem-golo pois com as alas a carburar ( Capel e Jeffrén já mostraram um pouco daquilo que são capazes de fazer ) temos de ter alguém que empurre as bolas para onde elas devem estar: a baliza adversária.

Poucas oportunidades de golo: Os segundos 45 minutos da partida de ontem foram um pequeno oásis no deserto que podia até ter sido suficiente para nos matar a sede - vencer a partida - mas já desde o jogo com a Juventus na pré-temporadatemos alertado para a pouca criatividade do nosso meio-campo que não obstante a abnegação dos seus obreiros, mostra pouco génio na hora de construir jogadas ofensivas. Matias e Marat deverão ser os homens a quem esta tarefa será confiada, mas ontem Domingos cometeu um erro de palmatória ao incluir no 11 o chileno quando era evidente a sua falta de forma. Esperamos que de futuro as coisas melhorem - só podem - sobretudo para Matias, que terá este ano a sua última grande oportunidade para singrar em Portugal. O jogo de ontem fez-me ter saudades de Valdez a 10 ( não do Valdez que jogava nas alas ).

O VILÃO:

João Ferreira - Era inevitável. João Ferreira abriu um precedente perigoso e com ele uma guerra que não vai conseguir ganhar pois é tal a sua insignificância perante um clube com mais de 100 anos de história e de muitas glórias que ainda hoje não consigo entender o que pretendia verdadeiramente o internacional português ao apresentar a sua injustificável escusa para não apitar este Domingo a partida do SCP.
Que condições terá agora para se manter como árbitro depois de colocar em cheque Vitor Pereira ao ponto de este não o poder voltar a nomear para qualquer partida do Sporting sob pena de uma segunda recusa voltar a provocar o caos na principal Liga Portuguesa de Futebol ? Que sentido faz um árbitro coarctar desta forma a competência do seu superior hierárquico ? É concebível que num universo de 25 ou 26 árbitros aptos para apitar jogos da 1ª Liga existam auto-proscritos que se recusem a apitar jogos de determinado clube ?
A situação é tão caricata que nem sequer vale a pena perder muito tempo a perguntar onde é que estava a sua rectidão moral ( e a dos outros 25 árbitros ) quando o Benfica apelou à ausência dos seus adeptos nas partidas fora da Luz pelo facto de ser constantemente prejudicados pelas arbitragens ? Onde estava a solidariedade da classe dos árbitros quando nas Antas se vivia um tal clima de terror com guardar-abéis a circular pelos túneis numa postura intimidatória para com adversários e juízes de campo ? Que fez João Ferreira quando na Luz um fiscal-de-linha foi agredido por um adepto e este voltou a frequentar as bancadas deste e de outros estádios como se nada se tivesse passado ? Que protesto fez a APAF e os seus associados quando Pedro Proença foi agredido por um adepto num centro comercial ( não interessa de que clube era pois idiotas existem de todas as cores e feitios ) ? Que disseram is árbitros quando a justiça desportiva deu por provado a sistemática corrupção de árbitros promovida pelo FCP ?
Tais perguntas ficarão evidentemente sem resposta por parte de quem pratica actos que não têm qualquer sustentação lógica e passível de ser explicada convenientemente, e o único denominador comum que se encontra entre todos os casos supra é apenas e só um: nenhum deles envolveu o SCP, e isso é a prova-última de apenas contra os SCP os homens-do-apito se enchem de brios e, quais virgens-ofendidas, vieram fazer este número demasiadamente triste para dele poderem sair com algum honra e dignidade.
Só por este motivo vale a pena continuar a lutar, e nesta luta pelo menos a Direcção do SCP terá o apoio de TODOS os sportinguistas.

SL

1 comentário:

  1. Quanto à análise que fazes sobre o momento da equipa concordo em absoluto. Agora quanto ao vilão, questiono... E o outro? O Vitor Pereira?

    Obviamente que a atitude minimamente decente deste "vendilhão do templo", vulgo vitor pereira, seria a de pedir a demissão... Contudo, a mama é muita e, como tal, não irá abdicar de rapar no tacho...

    Mas o pior das declarações deste 'camaleão' no aeroporto foi mesmo quando insinuou que os dirigentes leoninos estariam a fazer criticas meramente destrutivas... Enterrou-se, pois interpretou tudo mal o que o presidente leonino apresentou em conferência de imprensa. Foi assim como um 'contra-ataque', só que 'o remate acabou... na linha lateral ao pé da bandeirola de canto'... Declarações vergonhosas de uma personagem que 'camaleonicamente' lá vai criando a sua 'horda de apitadores' sem vergonha na cara, excepto quando levam umas valentes murraças nas trombas...

    Por isso, meus amigos sportinguistas, não esperemos facilidades com estes 'habilidosos do sopro no apito', agora é que o escândalo vai ...continuar... Simplesmente, desta vez não nos calarão, e recomendo a todos os sportinguistas a seguinte terapia, de cada vez que virem um árbitro na rua, no centro comercial, no restaurante, no café, etc, não fiquem só a olhar, dirijam-se a ele e perguntem:

    - Você é o árbitro x ou Y?

    Independentemente da resposta podem ter duas opções, espetar-lhe com uma valente murraça pelos queixos, daquelas para levantarem os dois calcanhares, ou chamem-no pela nomenclatura apropriada, exemplos: ladrão, vendido, corrupto, chulo, etc etc...

    Vão ver que se irão sentir muito melhor, e eles a apitar de outra maneira, o ano passado já dois deles sentiram um cheirinho, este ano se algum deles roubar o SCP juro que vai ter uma prenda...

    Saudações Leoninas

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