Salpicos de lama |
A entrada de Dias Ferreira na corrida à presidência do Sporting, veio “agitar as águas” e criar uma nova dinâmica eleitoral. Aliás, o ex-presidente da assembleia geral já antes manifestara a intenção de concorrer ao lugar, chegando a constituir-se oficialmente como candidato. Fê-lo em momento de crise grave mas acabou por renunciar ao reconhecer, segundo confessou, não ter conseguido reunir as condições que considerava indispensáveis para partir para a luta com um mínimo de garantias, não tanto em relação a uma vitória eleitoral mas, especialmente, no combate que se lhe seguiria.
Tanto quanto sei, Dias Ferreira não é homem com recursos financeiros próprios tão significativos que lhe permitam utilizá-los como “arma” importante e eficaz, em momentos especialmente delicados. Também não consta que tenha sido totalista em qualquer Euromilhões, necessariamente com um jackpot de encher o olho. Ora, se Dias Ferreira decidiu avançar é porque terá, certamente, conseguido aliados e apoios que, à partida, lhe permitam enfrentar a situação difícil em que o Sporting se encontra. De outra forma, seria lançar-se numa luta com escassas probabilidades de êxito.
A minha posição, relativamente a Dias Ferreira é a mesma que adotei em relação a quem já se assumiu ou àqueles que, embora em fase de contactos, possam vir a assumir-se, como é o caso de Godinho Lopes, Zeferino Boal ou Rocha Jr. cujos nomes não são o que mais interessa, ao contrário dos projetos que tenham para oferecer e contemplem um novo conceito de clube, em rutura com o atual figurino que está, como se sabe, completamente esgotado e sem regeneração possível.
Em anteriores situações de crise, muito se falou numa auditoria externa que permitisse detetar as verdadeiras razões dos prejuízos avultados e da assustadora dívida à banca a que se chegou. Penso que hoje – como ontem – continua a ser indispensável essa auditoria, não pelo desejo doentio da chamada “caça às bruxas” ou de alguns ajustes de contas, ainda em aberto, mas apenas para se saber, de uma vez por todas, “como, quando e porquê” o desastre começou. Mais do que isso, para tirar do nome de certos sportinguistas respeitáveis os salpicos de uma lama feita de injúrias e infâmias que, a cada passo, lhes são indevidamente lançados em cara, deixando-os apenas a manchar as fatiotas de quem, comprovadamente, tenha praticado atos ilícitos. Uma coisa é cometer erros involuntários de gestão; ser-se enganado por terceiros ou vítima de circunstâncias anormais dos mercados. Outra é errar intencionalmente para se beneficiar a si próprio ou aos amigos e “compadres” em negociatas menos claras.
O candidato que se comprometa a promover essa auditoria – tantas vezes prometida e nunca cumprida – conquistará, certamente, os votos da maioria dos sportinguistas que desejam, de facto, um clube sério e transparente, digno da sua tradição e que agregue gente de bem, imune aos indesejáveis salpicos de lama, feita da injúria e da infâmia. O que me parece ser um bom começo. O resto virá por acréscimo.
Fala de Dias Ferreira, Zeferino Boal, João Rocha Jr (candidato a candidato), Godinho Lopes (candidato a candidato, por enquanto)... Falta falar de BdC, digo eu..
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