terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ainda (e Sempre) a Crítica Jornalística


Este parece ser um tema recorrente nos sites e blogs do universo sportinguista, mas, pelo menos no que me toca, o que me move contra o tipo de jornalismo que actualmente muitos - e maus - jornalistas praticam não é tanto o meu amor ao Sporting mas sim uma questão de mundividência.

Sinceramente não entendo o que é que move pessoas como o Alexandre Pais quando escrevem a propósito da contratação de Hildebrand pelo SCP coisas como estas:


1) "Se alguém teve essa ideia ( ndr: contratar Hildebrand ) - e de Paulo Sérgio é que ela não partiu com toda a certeza enganou-se. O guarda-redes sportinguista tem sido de uma segurança, de uma eficácia e de uma regularidade impressionantes"


Como é que pode o Alexandre Pais afirmar tal coisa quando o próprio treinador declarou várias vezes ao longo a pré-temporada que uma das posições que pretendia reforçar era a de guarda-redes ?


"num sinal claro de pouca confiança e quando precisam é de quem marque golos, os de Alvalade contratam este Hildebrand, que nem salário baixo terá. Mais um erro de gestão, mas com uma virtude assinalável: obrigará Rui Patrício a não atirar a toalha ao chão e a ser cada vez melhor."


Como é que se infere da contratação do Hildebrand um sinal claro de falta de confiança ? Porque é que não se infere antes um sinal claro de querer tornar o plantel mais competitivo e com isso elevar a fasquia de exigência para com Rui Patrício de forma a que este possa ser ainda melhor ? Seria a concorrer com o Golas e com o Tiago que Rui Patrício poderia crescer em termos desportivos ?


Por fim, e sem que Hildebrand tenha feito um só minuto, um só segundo que seja, ao serviço do Sporting o Alexandre Pais não hesita em qualificar a sua contratação de um erro desportivo.


Ou seja, enquanto que as equipas portuguesas encharcam a nossa liga com estrangeiros de qualidade duvidosa o SCP comprou jogadores portugueses e estrangeiros com evidente qualidade como são o Maniche, o Evaldo, o Valdés, e agora o Hildebrand mas mesmo assim não chega.


Este enveredar pela crítica fácil para além de desonesto de um ponto de vista intelectual tem ainda um efeito nefasto mais evidente: é altamente contagioso.

O síndrome do Velho do Restelo longe de estar extinto parece agora mais forte do que nunca. Crítica-se tanto ou tão pouco que é impossível não acertar nalgumas das críticas feitas. É um jogo de probabilidades.

Entretanto quem tem de tomar decisões no terreno, quem tem de decidir em termos concretos arrisca-se obviamente a falhar e nessa altura é cruxificado por estes arautos da desgraça e paladinos da verdade que saiem a terreiro para dizer com o maior regozijo " Eu não avisei ? ".



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